Nos últimos anos, as ultramaratonas aquáticas vem tomando forma e caindo no gosto dos atletas e nadadores. Para ser considerada ultra, uma maratona aquática precisa superar no mínimo 15k de distância, podendo ser em um momento de competição ou como uma exibição solo justamente para nadar essa longa travessia no mar.
Muitos sabem que minhas principais conquistas foram na Maratona Aquática. Inclusive, foi uma travessia em águas abertas, em Copacabana, que conquistei o meu bronze olímpico, em 2016. Agora, se os 10k que essa prova possuía já eram desafiadores, como será nadar uma distância ainda maior?
Continue no texto e vem comigo que você vai conhecer algumas das principais ultramaratonas em águas abertas no Brasil e no Mundo!
Longas distâncias brasileiras
Talvez a principal ultramaratona brasileira atualmente seja a Travessia do Leme ao Pontal. Apesar de já existirem outras provas anteriormente, foi com a criação dessa prova, em 2016, que aconteceu um aumento no interesse pela modalidade. Desde então, 27 pessoas concluíram os 35k do percurso, além de José Ferreira, único atleta a fazer os 72k de ida e volta da travessia. E como diz a música de Tim Maia, realmente não há nada igual!
No entanto, apesar de existir um grande crescimento das travessias aquáticas de longa distância nos últimos, a mais tradicional delas está localizada no litoral sul de São Paulo: a Travessia 14 Bis. Percorrida pela primeira vez em 1970, a prova começa no Forte São João, em Bertioga, e termina na Base da Força Aérea de Santos, completando 24k por meio do Canal de Bertioga.
Outros exemplos de ultramaratonas brasileiras estão espalhadas pelo Brasil. Em Manaus, no Amazonas, por exemplo, acontece o Amazon Challenge, com distâncias de 18k — da Praia do Tupé até a Praia da Ponta Negra — e de 30k — Praia do Acutuba à Praia da Ponta Negra. Outra prova muito conhecida é a Travessia da Ilha do Arvoredo, em Santa Catarina, em que 25k são nadados entre a ilha e a cidade de Bombinhas.
Oceans Seven
No exterior, as ultramaratonas aquáticas são mais comuns e popularizadas. Poderiam ser citadas várias provas, como a do Rio Hudson, nos Estados Unidos, ou a Maratona do Golfo-Capri-Nápoles, na Itália. Porém, há um circuito que, por suas dificuldades e distâncias, merece ser destacado: o Oceans Seven.
Criado em 2008, esse circuito tem sete das principais travessias em águas abertas do mundo. Os percursos mais conhecidos são o Canal da Mancha (entre Inglaterra e França), o Canal da Irlanda (entre a Irlanda do Norte e a Escócia), o Estreito de Cook (entre as ilhas da Nova Zelândia); e o Estreito de Gilbratar (entre Espanha e Marrocos).
Além dessas, as outras três travessias são o Canal de Kaiwi (entre a Costa Oeste da Ilha de Molokai e a Costa Leste da Ilha de Oahu, no Hawaii), o Canal de Catalina (entre a Ilha de Santa Catalina e a Costa de Los Angeles, na Califórnia) e o Estreito de Tsugaru (entre as ilhas japonesas Honshu — onde Tóquio está localizada — e Hokkaido).
A grande dificuldade dessas travessias em águas abertas está nas especificidades que cada um dos mares possuem. Temperatura, correntes extremamente fortes, águas profundas e condições climáticas, são apenas alguns dos fatores que cada um desses mares estão sujeitos. Além disso, por serem ultramaratonas aquáticas, os percursos são longuíssimos — variam de 14,4k no Estreito de Gilbratar a 42k no Kaiwi.
Desde 2008, quando o circuito foi criado, até hoje, apenas 21 nadadores conseguiram completá-lo. O primeiro a realizar foi o irlandês Stephen Redmond, em 2012, enquanto o último a finalizar as sete travessias foi o britânico Adrian Sarchet, no ano de 2020.
Para chegar nas ultramaratonas aquáticas, é necessário começar e se aprimorar nas travessias em águas abertas. Para isso, que tal participar da Travessia Poliana Okimoto? Dos 500m aos 5k, do mais iniciante ao mais experiente, todos se encontram nas águas de Bora Bora!
